“Há 35 anos sigo essa vibe de como o amor à profissão, o networking orgânico, os esportes e a música podem estar “afinados” e conectados para um bem maior.”
Tudo na vida para ser melhorado, deve ser mensurado. Esse mantra do esporte de alta performance funciona em vários aspectos da vida, por isso que é importante, de tempos em tempos, fazer uma análise de desempenho na carreira, nos relacionamentos, no legado. Esse ano de 2022 foi de muitas conquistas e reconhecimento de instituições de alta credibilidade nacional e internacional, fruto de muito trabalho árduo ao longo dos últimos 35 anos. Uma recompensa refletida em confiança profissional, que vieram na forma de convites para assumir várias posições de liderança em associações e organizações de prestígio global.
Esses são desafios do presente e de um futuro breve.
Mas, olhar a criação e o surgimento do nosso negócio depois de 35 anos se torna algo concomitantemente emocionante, nostálgico e inovador. Quem imaginaria no início de 1987, quando o Brasil vivia um contexto de hiperinflação, moratória, fronteiras fechadas para importação, desigualdade tecnológica, crise política no governo Sarney, instabilidade financeira, além da falta de perspectiva de desenvolvimento e bem-estar social, que um escritório focado em propriedade intelectual poderia dar certo?
Eu e meu parceiro Gabriel imaginamos que daria certo e, apesar de uma conjuntura que punia a economia e a inovação, nós iniciamos um sonho e hoje comemoramos esse momento de realização. São 35 anos de parceria, bodas de coral que simbolizam o amadurecimento e a fortificação do relacionamento, assim como acontecem com os corais marinhos, que levam anos até se constituírem totalmente.
Corais marinhos que me lembram meu querido surfe. Coral da faixa dos inspiradores mestres, que me remete ao meu amado jiu-jitsu. Memórias, metáforas e poesias de assuntos aparentemente tão díspares e coincidentemente tão próximos. Essa é a estratégia de relacionamentos duradouros que cultivo ao longo da vida e cujo sucesso do nosso escritório celebramos agora: equilíbrio, leveza, nossa Bossa que fiz questão de incluir nos valores intrínsecos de nossa empresa, já que o violão, a guitarra e a gaita, também fazem parte da minha vida e o amor pela música vem de dentro da minha alma.
Essa combinação me trouxe experiências inesquecíveis, como tocar uma jam session com diferentes bandas, em diferentes congressos de propriedade intelectual, em diferentes países. Neste ano foram duas apresentações com a The Opposition Band, formada por profissionais de PI que também amam a música. Os “shows” foram em Washington DC e Miami. Esse flow mostra como o amor à profissão, o networking orgânico, os esportes e a música podem estar “afinados” e conectados para um bem maior.
A experiência nos ensina que nada é por acaso e que nossas experiências nos treinam para os momentos de decisões que definem legado. O surfe me ensinou a olhar tendências ao longe e me adaptar aos movimentos das ondas (coletivos) que são mais fortes do que os individuais. O jiu-jitsu me ensinou disciplina, tranquilidade, respiração correta e flexibilidade para me salvar de apertos e situações desconfortáveis. A Bossa, a partir do amor que tenho pela música, em especial, o violão, trouxe-me leveza, harmonia e criatividade para me destacar no mundo. Literalmente. Essa combinação aparentemente desconexa, mas que caracteriza o meu lifestyle, foi o que me levou para a França, para outros países estrangeiros, para minha carreira, para diversas associações internacionais, para redação de artigos/livros e forjou meu olhar diferenciado que nos levou ao sucesso nesses 35 anos de história.
Em 1987, quando fundamos o Di Blasi, Parente & Associados, não se falava tanto no social como hoje, mas sempre tivemos essa preocupação em ajudar de alguma forma as pessoas, especialmente as crianças, não somente no aspecto pessoal, mas no profissional também.
Desta vontade de evoluir, construir e inovar, surgiu a parceria com o Instituto da Criança (IC) que, há quase três décadas, vem prestando auxílio jurídico em PI para diversos projetos sociais. Neste ano em que completamos 35 anos de uma parceria firme, consolidada no prestígio e reputação de nosso escritório, resolvemos dar mais destaque à nossa preocupação com o social e viabilizamos uma saudável competição, com votos de profissionais do DBPA, em que um projeto social receberia um prêmio em dinheiro.
O IC pesquisou dezenas de projetos e selecionou 16 para apresentar para mim, para o meu sócio, Gabriel Di Blasi, e para o diretor-executivo, Alexandre Prado. Nós escolhemos oito projetos que apresentaram um foco maior em empreendedorismo, inovação e tecnologia, que é nosso DNA. Após essa fase, a escolha final foi decidida pelo engajamento da equipe de colaboradores do Di Blasi, Parente & Associados. Eles votaram no projeto com que mais se identificaram, a partir dos valores defendidos pelo escritório: soluções inovadoras, cocriação, alta performance sustentável e bossa, que representa a leveza e criatividade do carioca.
O projeto vencedor foi do Instituto Incluir: Transformar, Democratizar e Humanizar. A ONG atua com projetos sociais para promover a inclusão e participação social da pessoa com deficiência por meio da educação, do esporte e da cultura. Através de parcerias com o setor público e privado, nacionais e internacionais, eles desenvolvem projetos com o objetivo de ampliar o acesso das pessoas com deficiência aos espaços sociais. O projeto “Literatura Acessível” recebeu 25,37% dos votos e busca levar a temática PCD (pessoas com deficiência) e acessibilidade por meio de livros em multiformato, rodas de conversas e contação de histórias para crianças de escolas públicas.
Essa iniciativa foi realizada por meio de um processo democrático e importante, envolvendo todos os membros do escritório. Isso mostra a sensibilização de uma sociedade de propriedade intelectual que pensa na responsabilidade social e reforça a solidariedade, empatia e o compromisso com o próximo em nosso DNA. A parceria com o Instituto da Criança existe desde o nosso início e é graças a ela que pudemos realizar essa comemoração de forma tão especial.
Há 35 anos construímos o legado do escritório vivendo na prática nossos valores, e um deles é de cocriação. Foram muitas parcerias a partir desta vontade de contribuição e, além de fornecer serviços pro bono aos clientes com atividades sem fins lucrativos e auxílio jurídico na área de propriedade intelectual, nós também envolvemos nossa equipe em projetos de responsabilidade social, incentivando doações para diversas instituições e trabalho voluntário. Algumas das parcerias atuais são:
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que patrocina projetos em instituições do Rio e São Paulo, além de projetos educacionais e de desenvolvimento comunitário;
Criado em 1991, o GRAACC é uma instituição sem fins lucrativos com o objetivo de garantir que as crianças com câncer tenham direito a todas as chances de cura com qualidade de vida;
Entendendo que o primeiro passo para uma mudança efetiva é o conhecimento, o foco da ONG é sensibilizar o maior número de pessoas sobre o universo da deficiência e levar o assunto para o cotidiano de todos;
Grupo que realiza trabalho voluntário voltado à cidadania, solidariedade e divulgação de ações positivas no mundo;
Organização sem fins lucrativos que tem como meta proporcionar inclusão social para crianças de baixa renda com necessidades especiais através da doação de cadeiras de rodas sob medida;
Projeto social que promove educação ambiental para crianças de forma lúdica, com histórias em quadrinhos.
Olhando para trás, renovo meu otimismo na certeza de que estamos no caminho certo para fomentar e contribuir com o desenvolvimento nos próximos 35 anos. Num mundo de greenwashing e fake news, nós praticamos o que pregamos, o walk the talk.
Proteger a inovação e inovar na proteção foi uma visão audaciosa e de longo prazo. Se quando começamos, em 1987, a conjuntura para investimento em tecnologia no Brasil era temerário e desafiador, atualmente o cenário melhorou. Dados recentes da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) revelam que o Brasil subiu três posições no Índice Global de Inovação (IGI): passou da posição 57 (em 2021) para 54 (2022). Mesmo diante das dificuldades locais, o Brasil ocupa o 9º lugar entre as 36 economias de renda alta e média (upper-middle-income group) e o 2º lugar entre as 18 economias que formam a América Latina e Caribe, atrás apenas do Chile.
Há 35 anos eu e Gabriel vimos o que quase ninguém via. De cabeça erguida e com nossos valores, superando todos os obstáculos e desafios completamos 35 anos juntos e trouxemos conosco pessoas e profissionais que acreditaram no nosso sonho!
Agradeço a todos que colaboraram e contribuíram, direta e indiretamente, para celebrarmos esses 35 anos! Obrigado aos clientes, parceiros e colaboradores que confiam na nossa visão e que enxergam o mesmo que nós: um país mais próspero, desenvolvido, sustentável, equilibrado socialmente e que acredita na inovação como a solução para os desafios da sociedade.
Atenciosamente,
Paulo Parente