Em maio de 2025, Brasil e China firmaram um Memorando de Entendimento (2025-2030) para a cooperação em mecanização e tecnificação da agricultura familiar. O documento foi assinado pelos Ministérios do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e da Agricultura e dos Assuntos Rurais da República Popular da China (MARA). 

Os governos celebraram o acordo que prevê investimento de R$ 27 bilhões para a modernização do setor, com importação de máquinas agrícolas, implementação de energia renovável, plataformas digitais e apoio técnico chinês. O Brasil, por sua vez, disponibilizará espaços e logística para testes e produção local de equipamentos, além de promover joint ventures para fabricação nacional dos insumos. A cooperação também engloba transferência de tecnologia agroindustrial, irrigação eficaz em regiões como o Vale do São Francisco, suporte logístico, intercâmbio com startups e expansão da pecuária. 

O movimento estratégico da China diante de sua crescente dependência de importações agrícolas, em especial da soja, busca garantir segurança alimentar por meio de investimentos externos. Os projetos de cooperação na agricultura visam ganhar escala sustentável, aumentar a produtividade brasileira e fomentar joint ventures.  

O Brasil é um mercado atrativo de Genética vegetal e recursos fito genéticos pois é um dos líderes globais em melhoramento genético de cultivares adaptados a ambientes tropicais e subtropicais, especialmente soja, milho, algodão e cana-de-açúcar. Parcerias tecnológicas baseadas em licenciamento de cultivares protegidas podem beneficiar a China. 

É, também, um dos maiores mercados de sementes transgênicas do mundo. Possui ambiente regulatório consolidado para organismos geneticamente modificados – OGMs. Pode colaborar com a China em pesquisas conjuntas, licenciamento de biotecnologias agrícolas e transferência de conhecimento sobre regulação de patentes e biossegurança. 

O Brasil avança na valorização de produtos agrícolas com características regionais específicas por meio das indicações geográficas – IGs para produtos locais chineses, protege a reputação e a identidade de produtos ou serviços com características únicas associadas 

Além disso, A China pode se beneficiar de acordos de transferência e licenciamento de tecnologias desenvolvidas no Brasil, por meio da Embrapa, empresa brasileira com larga experiencia em promover acordos de cooperação internacional. 

O Brasil tem forte presença de startups agrícolas (“agtechs”) com interesse em ter oportunidades de cooperação tecnológica com empresas chinesas especialmente em áreas como automação rural, drones, sensoriamento remoto e IA aplicada ao campo.