Notícia

Lula e Campos Neto se reúnem pela 1ª vez em 9 meses

Entre desavenças, presidente do BC procura melhor relação com o governo

O relacionamento entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nestes últimos 9 meses de governo foi marcado por discordâncias a respeito da política monetária nacional. Em julho, Lula chegou a afirmar que Campos Neto “não é dono do Brasil”. Entretanto, a relação ganhou um novo capítulo nesta quarta-feira (27), com o primeiro encontro entre os dois no Palácio do Planalto.

A aproximação ocorreu por iniciativa do presidente do Banco Central e se deu por intermediação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que também participou do encontro. Segundo o presidente do Banco Central, foi combinado de nenhum dos três participantes comentarem sobre a reunião, no entanto, o mesmo chegou a afirmar que está empenhado em construir uma relação de confiança com o governo e deixou a entender que a visão econômica do Banco Central está alinhada com as expectativas do ministério da Fazenda. Além disso, Haddad também comentou que o encontro foi “excelente e produtivo”, sem entrar em detalhes técnicos.

Em termos de cenário político, o encontro ocorre após duas decisões seguidas do Copom de reduzir a taxa Selic, que representa o principal ponto de discordância na relação entre governo e BC – com cortes de 0,5 ponto percentual em cada uma, reduzindo a Selic para 12,75% ao ano. Na reunião do Copom de agosto, o presidente do Banco Central ainda foi o responsável pelo voto de minerva a decidir por um corte maior nos juros, um claro aceno ao governo.

A estimativa do Boletim Focus do Banco Central, que contém as expectativas do mercado a respeito de importantes indicadores econômicos, indica uma taxa Selic chegando à 11,75% no final de 2023, considerando que ainda há quatro reuniões do Copom até o final do ano. Vale o destaque de que na última ata do Copom, o comitê levantou desconfiança em relação ao cumprimento de metas fiscais pelo governo, o que pode significar refreamento das expectativas de diminuição de juros.

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