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Indicações Geográficas: o poder da origem no futuro do agro brasileiro

As Indicações Geográficas no Brasil mostram que tradição e inovação podem (e devem) caminhar juntas no agronegócio. Desde 2002, quando o Vale dos Vinhedos conquistou a primeira IG do país, o movimento evoluiu de forma constante. A partir de 2021, com a criação do selo nacional de origem e qualidade para produtos do agro, o ritmo acelerou, e em quatro anos, o número de IGs aumentou cerca de 60%. Hoje, em 2025, já são 156 Indicações Geográficas reconhecidas, do café do Caparaó ao cacau da Bahia, da cachaça de Salinas ao mel do Vale do Paraíba e até as ostras de Cabaraquara. Cada registro carrega território, cultura e valor estratégico, elevando a competitividade do agro brasileiro.

Esse avanço não é apenas estatístico. Ele revela uma mudança de mentalidade: o Brasil começou a compreender que proteger a origem é proteger valor. A IG é um instrumento legal que blinda o produtor contra o uso indevido do nome, assegura exclusividade, preserva métodos tradicionais e fortalece reputações construídas ao longo de décadas. E os resultados são tangíveis. Produtos identificados por origem alcançam, em média, valorização entre 20% e 50%, havendo casos emblemáticos, como o do socol capixaba, que ultrapassou 500%. Para quem produz, isso significa renda, desenvolvimento regional, cadeias produtivas mais sólidas e um impulso considerável ao turismo gastronômico e cultural.

Ainda assim, estamos só arranhando a superfície do potencial brasileiro. A União Europeia já ultrapassa 3.500 IGs; o Brasil, com 156, tem espaço para avançar de forma estruturada e rápida. O MAPA e o Sebrae têm cumprido papéis essenciais ao fomentar identificação de produtos, qualificação técnica, rastreabilidade e estratégias de marca. Mas, para que esse crescimento ocorra com segurança jurídica e com visão de longo prazo, é indispensável a atuação de especialistas capazes de orientar desde a elaboração do caderno de especificações técnicas e construção do regulamento de uso até a defesa do nome e da reputação no mercado. Nesse contexto, a gestão pós-registro de uma IG se torna tão ou mais importante quanto o processo de obtenção junto ao INPI, pois o valor do ativo de propriedade intelectual dependerá da forma como é administrado, protegido, usado e promovido.

É aqui que o diálogo entre o campo e a propriedade intelectual se torna urgente. As Indicações Geográficas não são apenas um selo de origem; são um ativo jurídico, econômico e estratégico. Elas elevam a competitividade, abrem portas em mercados premium e traduzem aquilo que o consumidor moderno busca: autenticidade, história e confiança.

Para os produtores, cooperativas e empresas que desejam transformar seu produto em um símbolo de excelência, o caminho está traçado, e a diferença está em quem acompanha a jornada. Investir em origem é investir no futuro. E contar com um escritório parceiro experiente em propriedade intelectual pode ser o passo decisivo para transformar identidade territorial em valor protegido, reconhecido e sustentável.

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