O início da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP-26, em Glasgow, na Escócia, já resultou em iniciativas importantes para economia mundial e brasileira que merecem atenção de quem trabalha com inovação, tecnologia e propriedade intelectual.
Na terça-feira (2/11), o governo brasileiro aderiu a dois acordos internacionais: (1) redução a emissão de gás metano em 30% até 2030 (com parâmetros de 2020) e (2) para zerar o desmatamento até 2030.
A adesão ao acordo sobre o metano representa um gigantesco desafio para o Brasil, haja vista que o país emitiu 20,2 milhões de toneladas de metano em 2020 e o cumprimento da meta tem impacto direto no rebanho bovino nacional: 72% da emissão de metano no país vem da agropecuária, 16% de resíduos e 9% de mudança de uso da terra.
O Brasil emite 14,5 milhões de toneladas de gás metano na agropecuária sendo 97% consequência da fermentação entérica (arroto e flatulência do rebanho). Para reduzir a emissão e alcançar a meta será necessário adotar basicamente duas estratégias: reduzir o tempo de abate e reduzir o rebanho e investir no melhoramento do setor. Esse desafio envolve investimento em inovação e, consequentemente, no setor da Propriedade Intelectual, o que leva a estratégias legais de proteção de propriedade intelectual.
Outro ponto relevante é a reunião de um grupo de investidores brasileiros para cobrar medidas pragmáticas do governo contra a crise climática, como a regulamentação do acordo de Paris.
No documento, o grupo chamado de “Investidores pelo Clima”, que reúne 18 empresas brasileiras, pede o fortalecimento de políticas públicas para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, a partir da redução da emissão de gases do efeito estufa, fiscalização ambiental, redução da taxa de desmatamento, estimular o investimento privado sustentável e de baixo carbono, dentre outras medidas. Os signatários do documento reúnem cerca de R$ 873 bilhões sob gestão.
A iniciativa demonstra a relevância da agenda ESG no mundo empresarial e representa um desafio ao setor financeiro, pois pode colocar em risco sua estabilidade e o modo como os negócios são conduzidos atualmente.
Dentro do escopo dos debates da COP-26, o escritório Di Blasi, Parente & Associados, em parceria com o CLP (Centro de Liderança Publica), irá debater dano zero da Amazônia no fórum ICC Make Climate Action Everyone’s Business durante a Conferência das Nações Unidas. No dia 10 de novembro, das 7h às 9h, no horário de Brasília, o Dr. Gabriel Di Blasi, sócio-diretor do Di Blasi Parente & Associados – um dos poucos representantes brasileiros participantes do evento global – e especialista em inovação e sustentabilidade, irá conduzir o painel “Dano Zero da Amazônia”, cujo objetivo será debater os projetos de lei regulatórios sobre o desenvolvimento econômico da região, e os programas realizados pelo Poder Executivo Brasileiro.
O painel contará com a participação do cientista político Luiz Felipe d’Avila para falar sobre a relevância da região amazônica do ponto de vista político no contexto nacional e internacional; do Chefe de Sustentabilidade da B3 – Bolsa de Valores do Brasil e Mercado de OTC, Cesar Sanches, para falar do papel dos bancos privados no financiamento sustentável; da Diretora de Sustentabilidade da Natura, Denise Hills, e da Diretora de Relações Governamentais e Sustentabilidade da Unilever, Suelma Rosa, para apresentarem as perspectivas das empresas em relação à região e suas pegadas ambientais locais.
Para se inscrever e saber um pouco mais sobre os painéis, acesse: https://hopin.com/events/icc-make-climate-action-everyone-s-business-conference/registration . O evento é gratuito e online.